O Tesouro de Silas Marner é uma narrativa que combina drama humano e crítica social, explorando os dilemas da solidão, da perda e da redenção. A obra acompanha Silas Marner, um tecelão humilde que, após ser injustamente acusado de traição por sua comunidade religiosa, decide viver isolado em uma aldeia rural. Ali, encontra consolo apenas no trabalho e no acúmulo de ouro, que passa a representar sua única forma de apego e segurança.
O enredo ganha um ponto decisivo quando seu tesouro é roubado, deixando-o em desespero profundo. Contudo, sua vida muda ao encontrar uma criança abandonada na neve, a pequena Eppie, que ele decide criar como filha. Esse gesto transforma sua existência: o afeto substitui a obsessão pelo ouro, e a paternidade lhe devolve a ligação com a comunidade e o sentido de pertencimento.
A história contrasta a avareza e a frieza material com a força redentora do amor e da convivência humana. Eliot articula também questões de destino, fé e justiça, mostrando como a verdadeira riqueza não está no ouro, mas nas relações humanas e no valor moral das escolhas.
Desde sua publicação, o romance tem sido reconhecido pela clareza do enredo e pela profundidade psicológica de seus personagens, especialmente ao destacar como a bondade e a solidariedade podem curar feridas provocadas pela exclusão e pela desilusão.