Livro de estreia de Francisca Júlia, Mármores foi publicado em 1895. Dividido em quatro partes - sendo as duas centrais compostas por traduções do alemão de Heinrich Heine e Johann Wolfgang von Goethe -, o livro abre e fecha com poemas homônimos que reputaram à poeta paulista o famoso apelido de Musa Impassível.
Francisca Júlia fez um sucesso tão estrondoso em sua época com os sonetos que publicava nos jornais que, como era comum num mundo que não admitia a possibilidade de associar talento e mulheres, acharam se tratar de um homem escrevendo sob pseudônimo. Mesmo considerada uma das primeiras mulheres parnasianas, Francisca Júlia flerta, sem deixar de lado o rigor formal, com motivos simbolistas, decadentistas e até mesmo românticos. Admirada por Machado de Assis e Mário de Andrade, a sua poesia densa, autorreflexiva e sonora já passa muito da hora de ser redescoberta.