Como resposta ao generalizado mal-estar social, econômico e ecológico que são consequências da expansão da modernidade, Fabricio Pereira da Silva dá voz a uma busca que é bandeira há muito defendida pelas esquerdas: o anseio por um modo de vida mais justo, equânime, livre dos valores modernos de individualismo, exploração e crescimento econômico inconsequente e desmesurado, a partir do resgate e da releitura de formas de vida pré-capitalistas. Este livro é movido pela urgência de uma utopia que recupere as ideias de comunalidade gestadas na periferia global para inspirar outro tipo de futuro. Em busca da comunidade apresenta um rol de perspectivas teóricas criadas no chamado Sul global, com o intuito de superar uma "monocultura de saberes". Fabricio Pereira da Silva analisa o socialismo indo-americano de Mariátegui, os conceitos de negritude e de ubuntu, os socialismos africanos do século XX, a ideia de Bem Viver (sumak kawsay/suma qamaña) e a felicidade interna bruta do Butão. Ao "ilustrar a riqueza das propostas da periferia", o autor nos oferece recursos teóricos outros, capazes de fazer frente à "crise da modernidade, à crise do marxismo ocidental e dos projetos socialistas em chave modernista".