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Em rigor, pouco se sabe de absolutamente certo sobre a vida de Platão. Platão de Atenas (seu verdadeiro nome era Aristocles) viveu aproximadamente entre 427 e 347 a.C. De linhagem ilustre e membro de uma rica família da Messênia (descendente de Codro e de Sólon), usufruiu da educação e das facilidades que o dinheiro e o prestígio de uma respeitada família aristocrática propiciavam. Seu interesse pela filosofia se manifestou cedo, e tudo indica que foi motivado particularmente por Heráclito de Éfeso, chamado O Obscuro, que floresceu pelo fim do século VI a.C. É bastante provável que, durante toda a juventude e até os 42 anos, tenha se enfronhado profundamente no pensamento pré-socrático - sendo discípulo de Heráclito, Crátilo, Euclides de Megara (por meio de quem conheceu as ideias de Parmênides de Eleia) - e, muito especialmente, na filosofia da Escola itálica. Entretanto, é inegável que o encontro com Sócrates, sua antítese socioeconômica (Sócrates de Atenas pertencia a uma família modesta de artesãos), na efervescência cultural de então, representou o clímax de seu aprendizado, adicionando o ingrediente definitivo ao cadinho do qual emergiria o corpo de pensamento independente e original de um filósofo que, ao lado de Aristóteles, jamais deixou de iluminar a humanidade ao longo de quase 24 séculos. Em 385 a.C., Platão, apoiado (inclusive financeiramente) pelos amigos, estabeleceu sua própria Escola no horto de Academos, para onde começaram a afluir os intelectos mais brilhantes e promissores da Grécia, entre eles Aristóteles de Estagira, que chegou a Atenas em 367 com 18 anos. Platão morreu aos 80 ou 81 anos, provavelmente em 347 a.C. - dizem - serenamente, quase que em continuidade a um sono tranquilo.
Edson Bini é um consagrado e produtivo tradutor, sendo esta sua atividade principal há mais de 40 anos. Nasceu em São Paulo, em 02 de dezembro de 1946. O primeiro livro que leu na vida foi O Conde de Monte Cristo, de Alexandre Dumas. Aos 12 anos se apaixonou por filosofia quando leu pela primeira vez Platão. Estudou filosofia na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP e seu interesse inicial pela língua grega foi despertado nas primeiras aulas do professor José Cavalcante de Souza (doutor em língua e literatura gregas) quando ele escrevia fragmentos dos pré-socráticos em grego no quadro negro. Nesta época, década de 70, iniciou sua atividade como tradutor e redator, além de se dedicar ao estudo da história das religiões. Trabalhou com o jornalista e escritor Ignácio de Loyola Brandão. Realizou dezenas de traduções nas áreas da filosofia, inclusive filosofia do direito, para as editoras Hemus, Ícone, Martins Fontes, Landy, Loyola e há quase 20 anos é tradutor da Edipro, ocupando-se principalmente da tradução anotada, de cunho marcantemente didático e formativo, de grandes obras da filosofia grega antiga, embora haja também trazido para nosso vernáculo, autores como Maquiavel, Kant, Montesquieu, Nietzsche, Rousseau, Bacon e Descartes. Dedicando-se, sobretudo, à tradução anotada durante este período, seu trabalho que ganhou maior notoriedade foi a tradução das obras completas de Platão e na sequência obras de Aristóteles.
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