Nesta obra, Fernando Moraes nos faz pensar a compaixão dentro de um conceito totalizante, que navega pelo nosso cotidiano e não somente dentro dos contextos que a exigem. Com uma abordagem simples dentro de uma perspectiva social, ele trata com cuidado a compaixão, transitando pela cidadania, pela convivência social e pela vivência das pessoas, e, fundamentalmente, mostrando como ela nos absorve, sem muitas vezes termos consciência disso. Muito se fala nas rodas das ciências humanas sobre resiliência, alteridade, empatia, altruísmo, sentimento de compaixão, pertença, solidariedade e tantos outros conceitos, e em como buscamos reconhecer o outro, aquele diferente de nós, aquele que muitas vezes é o nosso inferno, mas que também nos faz inferno de alguém.
Para Fernando Moraes a compaixão é a consciência permanente de que existe o outro. E solidariedade é o efeito natural de identificar o outro por essa consciência e dar vida a essa relação. Sendo assim, uma não existe sem a outra. Entretanto, mesmo tendo essa condição indissociável, costumeiramente tentamos estabelecer interlúdios.
Segundo o autor, quando adotamos a compaixão como exercício cotidiano, estamos na verdade dizendo aos outros: "Eu vejo você".
Compaixão como convite à existência é o grande desafio aqui proposto.