A trajetória profissional e pessoal do autor o direcionou para a interdisciplinaridade, notadamente entre a História e a Geografia, sendo a noção de des-re-territorialização o pilar da sua abordagem acerca da relação entre Maranhão e Roraima, entre o Bumba-meu-Boi que se brinca no Maranhão e o que se brinca em terras roraimenses. A profundidade das suas análises, resultados e conclusões advém de um longo caminho, cuja raiz está na larga experiência nos estudos migratórios, com a metodologia da História Oral, na destreza em manejar o conceito de território e territorialidade e de uma pesquisa fundamentada em um rico elenco de fontes - orais, escritas e imagéticas - coletadas nos dois estados.
A estrutura da obra que se apresenta, nos leva um caminho bem traçado que se inicia com a explicitação da relação entre o Bumba-meu-Boi maranhense e o roraimense em perspectiva histórica, articulando temporalidades, processos e sujeitos históricos. Estes, por sua vez, à medida que o texto avança vão ganhando protagonismo, suas fontes falantes, eloquentes, sujeitos coletivos e individuais vão esclarecendo, dando sentido e significado ao embaralhamento cultural entre Maranhão e Roraima, no qual uma "cultura boieira" de lá e daqui se cruza no tempo e no extenso espaço da imensa Amazônia Legal brasileira.