Este trabalho centra-se na relação de trabalho temporário, uma relação tripartida que reúne a empresa utilizadora (UE) que expressa uma necessidade de pessoal, a empresa de trabalho temporário (TE) que fornece um trabalhador temporário e o trabalhador temporário que vai realizar uma tarefa na empresa utilizadora, supervisionado por um gestor. Devido ao seu carácter estruturalmente transversal, o percurso profissional dos trabalhadores temporários é frequentemente descontínuo e caracterizado por períodos alternados de desemprego e de trabalho. O trabalho temporário torna-se então sinónimo de precariedade e a sua gestão reduzida a uma simples substituição. Questionando o status quo e inspirando-se na teoria da segmentação do mercado de trabalho (Doeringer e Piore, 1971) retomada no "modelo de empresa flexível" (Altkinson, 1984), este estudo visa destacar a perspectiva de um plano de carreira para o pessoal disponibilizado, tudo isto olhando para o caso da CAMRAIL.